terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

TECNOLOGIA NO CONTEXTO DA ESCOLA PÚBLICA

A escola pública já não é mais a mesma. Há décadas uma das maiores críticas à escola pública era a falta de materiais. É impressionante o quanto já se conquistou em um espaço curto de tempo, levando em conta a baixa velocidade das realizações na educação. Não que tenha sido rápido, mas num contexto onde as novidades chegam quando já foram superadas por novas ideias podemos dizer que houveram ganhos. Laboratórios de informática são inaugurados com toda pompa, como se fossem um grande presente dado aos alunos pela benevolência política, mas antes assim, pois a realidade nas escolas urge por mudanças. Os celulares e computadores não são incomuns entre os jovens, mas ainda usamos livros não consumíveis totalmente desgastados pelo desleixo e desvalor neles contidos. Livros fora do contexto dos alunos e de suas comunidades. Papéis e mais papéis ainda dominam o universo escolar e os pesadelos dos professores que muitas vezes, mesmo diante de tantos trabalhos ainda resistem às inovações tecnológicas. O que nos diria Paulo Freire hoje? Apesar de muito já ter sido dito sobre o hoje por ele ainda tenho curiosidade de saber o que ele falaria aos seus professores que resistem, as escolas que se negam a popularizar em seu ambiente interno o uso do computador, o que diria às escolas que ainda têm em suas secretarias pessoas que nada sabem e nada querem saber sobre tecnologia. Falar de tecnologia como ferramenta, instrumento, recurso, ou seja o que for no campo pedagógico torna-se luxo quando percebemos que uma sociedade está recheada de estímulos e opções tecnológicas, mas quem ensina se nega a render-se a esta realidade. A engrenagem, ou melhor, os circuitos da escola estão desconectados, as pessoas estão fingindo que utilizam recursos ao levarem alunos para jogar nos computadores escolares nos momentos de merecimento enquanto o mestre folheia uma revista qualquer. O medo de quebrar a máquina impede alguns tímidos profissionais desejosos de conhecimento que se limitam a olhar, pois dependem da boa vontade de algum colega despojado o suficiente para compartilhar conhecimento tecnológico. Há muita coisa a ser mudada. Freire seria muito bem vindo para nos sugerir ideias, mas ele já não está mais, mas há grandes pensadores na atualidade que podem contribuir com nossa formação de opinião, basta pesquisar por eles. Estão por ai nas redes sociais, nos sites de busca, nos cursos online gratuitos, enfim, não falta formação. A ignorância é uma opção, portanto é impossível transformar um trabalhador em buscador, pesquisador senão pela transformação pessoal e pelo desejo de aprender. As primeiras mudanças devem ser aquelas na essência da realidade tecnológica da escola. A geração Y não carece de estímulos para se lançar no mundo tecnológico e ainda vemos professores se desgastando para chamar a atenção dos alunos de outras formas. não somos de tal geração, mas estamos em constante choque com ela e com seu universo que é também o nosso, um universo complexo sem chance de retrocesso. Denise Simões Silva

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